quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Ir para Paris sem falar francês é um problema?


Escrevo esse post a pedido de uma amiga que vai para Paris no mês que vem e não fala nada de francês.

A primeira vez que viajei para Paris, em 1996, falava apenas bonjour e merci. Nessa época, os franceses tinham uma fama terrível de tratar mal qualquer ser humano que ousasse respirar e não falar francês, então eu estava bem tensa.

Com a exceção de uma senhora francesa que encontrei numa loja qualquer, que se recusou a me atender porque eu não falava francês, minha viagem foi adorável e fui muito bem recebida por todas as pessoas e em todos os lugares.

Por esse motivo, nem considero essa francesa na minha conta e respondo a pergunta do post: não, ir para Paris sem falar francês definitivamente não é um problema.

Confesso apenas que essa senhora tem uma boa parcela de responsabilidade na minha decisão de estudar francês. Acho a língua francesa linda e fiquei com vontade de aprender, mas quando realmente decidi começar, há 6 ou 7 anos atrás (uau... como o tempo passa!), foi a imagem dela que veio na minha cabeça.

Assim sendo, minha experiência posterior não conta muito, porque nas outras vezes que voltei para Paris já me virava razoavelmente, mas ouso dizer que a população mais nova não tem problema algum em falar em inglês, e diria até que eles preferem. Algumas vezes entrei em uma loja querendo "gastar" o meu francês e o vendedor me perguntou se eu não falava inglês. (Bom... prefiro não pensar na outra hipótese, do meu francês ser tão tão tão ruim que a pessoa prefere falar inglês...)

Também ouço vários relatos de amigos que falam somente português e não tiveram nenhuma dificuldade em se comunicar com gestos.

Na minha opinião, depende muito do seu espírito ao visitar um país. Se você estiver verdadeiramente interessado em aprender a cultura e os hábitos de um povo, e se for gentil e educado, vai ser sempre bem recebido em qualquer lugar.

E se ainda fizer um mínimo esforço para aprender algumas palavras da língua então... resultado garantido! E, claro, sempre lembrando que chatos de plantão existem em todos os lugares, inclusive aqui.

Voltando ao pedido da minha amiga, fiz uma pequena lista de palavras que podem ajudar os que nada falam. Se eu lembrar ou pensar em mais alguma coisa útil, volto aqui e adiciono na lista.

Pequeno Vocabulário de Francês para Viagem

Obrigado
Merci
(mêr-ci)

Não, obrigado
Non, merci
(nõ mêr-ci)

Por favor
S'il vous plaît
(sil vu plé)

Desculpe!/Perdão!
Pardon!
(par-dõ)

Com licença, por favor
Pardon
(par-dõ)

O que é isso?
Qu'est-ce que c'est?
(kés-ke cé)

Quanto custa?
Combien ça coûte?
(com-bi-ã ça cu-te)

Onde é a Torre Eiffel?
Où est la Tour Eifell?
(u é la tur Eiféll)

Pode me ajudar?
Pouvez-vous m'aider?
(pu-vê-vu mé-dê)

Não compreendo
Je ne comprends pás
(je ne com-prrã pa)

Você fala português?
Est-ce que vous parlez portugais?
(és-ke vu par-lê por-ti-gué)

Não falo francês
Je ne parle pas français
(je ne par-le pa frran-cé)

Posso usar seu telefone?
Est-ce que je peux utiliser votre téléphone?
(és-ke je pe i-ti-li-zê vó-tre te-le-fó-ne)

Para pedir água, que é potável e gratuíta, de torneira nos restaurantes:
"Une carrafe d’eau, s’il vous plaît
(une carrafe dô, sil vu plé)

Francês fala mesmo fazendo biquinho, não é brincadeira. Quando comecei a estudar, minha professora dizia que ia colocar um pregador de roupa nos meus lábios, para eu me acostumar.

Algumas pronúncias diferentes do português, e que podem ser aplicadas para quase 100% dos casos (sempre tem exceção, certo?):

u - biquinho total, é praticamente a letra "i" falada com o biquinho que fazemos ao pronunciar a letra "u".
ou - tem som de "u"
eau - tem som de "ô"
en, in - tem som de "ã"
oi - tem som de "ua"

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A Catedral de Notre Dame


Além de ser uma catedral belíssima, para mim ela é particularmente apaixonante por dois motivos.

O primeiro delels eu sei que vai soar como bobo para muita gente, mas como é absolutamente verdadeiro eu tenho de contar: li tantas vezes o Corcunda de Notre Dame, famoso romance do escritor Victor Hugo, que eu precisava conhecer esse lugar.

O romance se passa na Idade Média e conta a história de Quasímodo e sua paixão por uma cigana de nome Esmeralda. Quasímodo passou toda a sua vida na catedral, após ter sido abandonado pelos pais ainda bebê por causa das suas várias deformidades. Toda a história do romance se passa dentro da Catedral e nos seus arredores, mas não vou contar mais detalhes porque acho que vale muito a pena ler o livro.

Dizem que foi escrita por Victor Hugo exatamente para chamar atenção para a importância da Notre Dame e a necessidade de preservar a catedral. Olha... não sei se era realmente essa sua intenção, mas comigo deu totalmente certo. 

O segundo se originou da minha primeira viagem a Paris. Fiquei num hotel próximo dali, no Quartier Latin, então via a Catedral sempre que saia e voltava ao hotel, duas vezes ao dia. Como preferia andar a pé que de metrô (e na época táxi nem era uma hipótese), muitas vezes descia numa estação antes apenas para andar na margem do Sena, olhando a Notre Dame. Sempre que lembro de Paris, essa cena me volta na memória...


A Catedral fica na Île de La Cité, uma pequena ilha no meio de Paris cercada pelo Rio Sena. Sua construção começou em 1163, e levou quase 200 anos para terminar, tendo sido palco de vários acontecimentos históricos como a coroação de Napoleão I como Imperador, a missa que marcou a libertação da França na II Guerra Mundial, e a cerimônia de beatificação e canonização de Joana D’Arc. 

eu e minhas três meninas, felizes da vida!
A entrada pode ser feita por uma dos três portais frontais da catedral: Portal de Santa Ana, Portal da Virgem e o Portal do Julgamento. Como podemos ver abaixo, os portais são ricamente esculpidos, cada um retratando por meio de figuras a história e vida da Virgem Maria, Jesus e de alguns santos da Igreja Católica.

detalhes do Portal do Julgamento
 

Seu interior é escuro e sóbrio, e emociona. Muita gente está rezando sentado nos bancos e, por mais que tenha turistas aqui, e tem uma quantidade absurda, o clima da catedral e o respeito pelos que estão em silêncio contaminam os demais.

Dê uma volta na Catedral, observando a nave, o altar e os vitrais, lindíssimos! São três vitrais principais, conhecidos como rosáceas por representarem as flores do Paraíso.


E, se você tiver disposição, suba os degraus para a cúpula. São 387 degraus e exige um pouco de preparo físico, mas a vista é de tirar o fôlego.



Paris é uma cidade majoritariamente plana, linda de ser vista do alto. E nessa subida para a cúpula, ganhamos ainda como brinde uma passagem pelo campanário, onde está o sino de 13 toneladas, considerados pelos especialistas um dos mais belos sinos do mundo.

Quando chegamos ao topo, temos a companhia das gárgulas, figuras estranhíssimas que decoram todo o contorno da catedral.

As gárgulas são esculturas colocadas nas saídas das calhas de telhados, com o objetivo de escoar a água das chuvas, diminuindo a sua queda e impacto sobre as ruas.

Foi amplamente usada na Idade Média. Em forma de figuras monstruosas e assustadoras, tinham como função adicional proteger a catedral e afastar os espíritos do mal.

Não sei explicar a razão (provavelmente o interesse vem de novo do livro do Victor Hugo), mas tenho um fascínio absurdo por essas figuras.



Apenas uma nota de roda-pé. O nome Notre Dame é tão conhecido que muitas vezes não fazemos associação ao seu significado em português: Nossa Senhora.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Por que o quadro da Monalisa é tão famoso?

Ele é pequeno para o alvoroço que causa, e já ouvi muita gente decepcionada ao se deparar com o quadro de apenas 77 x 53 cm.


Pintado por Leonardo da Vinci em 1503, decididamente a Monalisa é o quadro mais famoso do mundo.

Nenhum outro quadro gera tanta controvérsia, polêmica, discussão e questionamento, alimentando a existência de várias teorias de conspiração. Há várias pessoas que acreditam que Leonardo da Vinci não queria simplesmente pintar um retrato, mas incluir mensagens secretas e pistas misteriosas. O best seller Código da Vinci é mais um, se bem que o mais bem sucedido, mas não o único a espalhar essa teoria.

E por que tanta fama?

Em primeiro lugar, o mundo prestou atenção especial na sua existência quando ele foi roubado por um funcionário do museu, em 1911. O caso ganhou repercussão imediata, que ficou ainda maior quando o pintor Pablo Picasso foi preso e interrogado como suspeito do roubo e fez várias pessoas quererem conhecê-lo quando foi encontrado.

Apesar desse acontecimento ter sido a causa inicial da sua fama, o quadro em si é uma obra de arte e merece toda a atenção que recebe. Leonardo da Vinci usou várias técnicas de pintura e de perspectiva inusitadas para a época em que foi pintado, tornando-o realmente um trabalho extraordinário.

O famoso e intrigante sorriso que aparece e desaparece

Leonardo da Vinci utilizou amplamente no quadro uma técnica de pintura conhecida como sfumato, técnica artística usada para criar efeitos de luz e sombra num desenho ou numa pintura.

Apesar de não ter sido Leonardo da Vinci quem criou essa técnica, foi o primeiro a usá-la numa pintura e de uma maneira totalmente inovadora. Passando verniz sobre a tinta a óleo, descobriu que os dois ingredientes reagiam entre si, diminuindo as marcas das pinceladas de tinta no quadro e proporcionando uma aparência muito mais suave, além de obter o efeito sombreado que ele queria dar principalmente nos olhos e lábios da modelo. 

Leonardo repetiu esse processo inúmeras vezes, aplicando diversas camadas muito finas de tinta e verniz, quase transparentes. A técnica trouxe um resultado final deslumbrante, e quase não se percebe marcas de tintas na pintura.

técnica sfumato, usada nos olhos e nos lábios
Margaret Livingstone, professora de neurobiologia da universidade de Harvard, Estados Unidos, publicou um trabalho no qual diz que as sombras utilizadas no quadro são melhores percebidas pela nossa visão periférica, afirmando que Leonardo utilizou intuitivamente uma técnica que somente agora começa a ter base científica.

Essa técnica faz com que, ao olharmos para os olhos da Monalisa ou para a paisagem ao fundo, vemos um sorriso como o dos quadros da esquerda e do meio do quadro abaixo, e achamos que ela está sorrindo. Mas quando olhamos diretamente para a sua boca, vemos o sorriso do painel da direita, e parece que ela não está sorrindo mais.


O fato de tamanho do sorriso variar tanto dependendo do ângulo do nosso olhar, dá ao quadro uma aparência dinâmica, e o fato do sorriso desaparecer quando olhamos diretamente para ele, o faz parecer ilusivo.

Por isso, para ver a Monalisa sorrir, precisamos olhar para qualquer outro lugar do quadro que não diretamente para a sua boca.

Esse é o grande fascínio exercido pelo quadro e a prova do talento de Da Vinci.


A paisagem no quadro

Olhe a paisagem atrás da Monalisa e veja que o lado direito não corresponde ao esquerdo, como se fossem dois lugares diferentes e não uma continuação de um só.

A linha do horizonte de cada lado está em plano diferente. A do lado esquerdo está na altura do busto da Monalisa, enquanto a do lado direito está na altura dos olhos dela.


O resultado desse efeito é que, quando olhamos o quadro do lado esquerdo, a Monalisa parece maior do que quando o olhamos do lado direito.

Além disso, a diferença das linhas do horizonte faz com que o olhar do observador seja levado para o lugar no quadro onde seria o ponto de convergência das duas paisagens. E esse ponto são os lábios da Monalisa, ou melhor dizendo, o seu sorriso, atraíndo nossa atenção mais uma vez para esse ponto.

Identidade da Monalisa

Ninguém sabe ao certo quem foi a Monalisa. A teoria mais aceita, e também a mais sem imaginação, é de que a mulher retratada por da Vinci era Lisa Gherardini, esposa de Francesco Giocondo, um rico comerciante de Florença. Essa teoria também explica o outro nome pelo qual o quadro é conhecido, La Gioconda (apesar de gioconda ser a palavra em italiano para sorriso, o que por si só já explicaria o nome do quadro).

Tem algumas outras versões mais, digamos, apimentadas. Numa delas o retrato seria a do próprio Francesco Giocondo, pintado como mulher. Outra teoria parecida com a anterior é a de que seria sim um auto-retrato, mas do próprio Leonardo. Ainda uma quarta teoria diz que o quadro é o auto-retrato de um dos assistentes de da Vinci (nesse caso, da Vinci seria gay).

Disposição da modelo no quadro

De acordo com o site do museu, a Monalisa foi o primeiro quadro a mostrar não apenas o rosto da modelo retratada. A dama ocupa grande parte do quadro, sendo mostrada da cintura para cima, incluindo braços e mãos.

Sobrancelhas ausentes

Você notou que a Monalisa não tem sobrancelhas­? Nem sobrancelhas nem cílios.

Esse é outro ponto que causa controvérsia, mas a explicação mais aceita é a de que Leonardo da Vinci usou uma tinta diferente para fazê-las e que em uma das restaurações foi usado um solvente que fez com que elas desaparecessem.
 nem cílios nem sobrancelhas
A maioria das coisas que escrevi aqui sei de cor, resultado de infinitas leituras de livros e artigos de revistas, paixão que tenho desde criança (leia o post Oslo - Edgard Munch), então nem consigo colocar a fonte.

Claro que nada é descoberta minha, e todos os fatos podem ser facilmente encontrados em livros, revistas, no site oficial do Louvre (http://www.louvre.fr/), ou nos mais diversos e variados sites na internet.

Esse post é uma tentativa de fazer com que meus amigos não se decepcionem ao irem ao Louvre e verem apenas um quadro pequeno demais para tanto falatório.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

As Principais Obras no Museu do Louvre

Dividido em oito seções, com 35.000 obras permanentes e ocupando um espaço de 60.600 m2, o Museu do Louvre é impossível de se conhecer num único dia.

Por esse motivo, um pequeno planejamento para decidir o que você gostaria de ver é muito importante para aproveitar a sua visita. Caso contrário, você corre o risco de acabar com sua energia andando por corredores que não te interessam muito e perder lugares e obras que são muito mais interessantes.

Claro que isso é completamente pessoal, o que é importante para mim não é para a maioria das pessoas. Mesmo assim, vou deixar aqui a minha sugestão das principais obras para conhecer numa primeira visita no Louvre. Alguns amigos meus não são nem um pouco ligados em arte, mas querem conhecer o museu (e tem de conhecer mesmo!) e me perguntam o que é imperdível. Vou escrever o que é imperdível para mim, mas primeiro uma pequena explicação de como o Louvre está organizado.

O museu tem quatro andares: sub-solo; térreo; 1º e 2º andares (vou me concentrar nos 3 últimos). E três alas: Denon, no lado direito do museu; Richelieu, no lado esquerdo e Sully, área central.

Nessas três alas se encontram as 8 seções que citei no primeiro parágrafo: antiguidade oriental; arte islâmica; antiguidade egípcia; antiguidade greca, etrusca e romana; esculturas; objetos de arte; pintura e arte gráfica.

Você tem duas opções para percorrer seu roteiro, ver todas as obras de um mesmo andar ou se concentrar em uma seção e descer e subir escadas (ou tomar um elevador). Eu prefiro a segunda opção, pois para fazer uma visita mais focada andamos menos dessa maneira.

Abaixo estão os mapas de três andares do museu (copiados do site oficial http://www.louvre.fr/), com a indicação da localização de algumas obras. 

térreo

1o. andar


2o. andar
Vamos direto ao ponto: o quadro mais famoso do Louvre, a Monalisa!

Pegue o seu mapa na recepção, se localize e ache a Monalisa. Ela está no primeiro andar, na ala Denon, sala 06 (que medo... eu já sei isso de cor!). Por qualquer lugar que você entre, se você começar a caminha nessa direção, vai perceber uma fila de pessoas fazendo o mesmo. O próximo post será dedicado à esse quadro, que eu gosto demais, então aqui vou focar mesmo no roteiro.

Monalisa - Leonardo da Vinci
Aproveite que está ali e curta um pouco esse quadro. Eu o acho fascinante e no próximo post vou tentar explicar o porquê.

Na sala 05 ao lado, podemos ver mais alguns belos quadros:

A Virgem e o Menino com Santa Anna - Leonardo da Vinci

A Virgem dos Rochedos - Leonardo da Vinci
Casamento em Caná - Véronèse
Um pouco mais à frente, na sala 77 dessa mesma ala, estão as pinturas francesas (na verdade, é a sala das pinturas européias do século XIII ao XIX, mas as pinturas francesas são a maioria aqui).

Destaque para os quadros de Eugène Delacroix.


Morte de Sardanapale - Eugène Delacroix
A Liberdade Guiando o Povo - Eugène Delacroix
Nessa mesma ala das pinturas italianas, entre o térreo e o 1º andar (talvez você passe por aqui no caminho para a Monalisa), você vai passar pela Victoria de Samothrace, estátua alada da deusa Victoria, encontrada na ilha de Samothrace, na Grécia. A escultura pertece ao período clássico, aproximadamente 200 anos a.C. (antes de Cristo).

Repare na leveza do tecido:

Victoria de Samothrace
E térreo, encontramos a Venus de Milo, estátua encontrada na Ilha de Milos, no Mar Egeu. Ela representa a deusa grega Afrodite, deusa do amor sexual e beleza física.

Venus de Milo
Ainda no primeiro andar, mas do outro lado, na ala Richelieu, seção de objetos de arte, temos “Os aposentos de Napoleão III”, reproduções dos luxuosos aposentos do imperador, com destaque para a mesa de jantar e para os lustres, espetaculares.


Agora vá para o segundo piso, na ala Richelieu, onde tem uma série fantástica de pinturas dos países baixos (Holanda, Bélgica e Luxemburgo).

Destaque aqui para Veermer, o mesmo pintor de "Moça com Brinco de Pérola", (seu quadro mais famoso infelizmente não está aqui... fica em Mauritshuis, Haia), e para a Galeria Médicis, constituída de 24 quadros belos quadros pintados por Rubens para retratar a rainha de Médicis.
La Dentellieère - Vermeer

A troca de Princesas - Rubens
Depois dessa parte, desça para o térreo, na ala Richelieu e na Sully onde estão as antiguidades orientais e as antiguidades egípcias.

A parte sobre o Egito é extraordinária. Possui múmias, sarcófagos, estátuas, partes inteiras de muros e túmulos... o que me faz imaginar que bem pouca coisa ficou no Egito.





Se você ainda tem energia e tempo... ande mais. O Louvre tem uma infinidade de obras maravilhosas! 

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Musée du Louvre

Meu concunhado Marcio Porto diz que a viagem dele para a Europa foi MIL: museu, igreja e loja.

Com tantos museus importantes, históricos e bonitos espalhados por todas as cidades da Europa, corremos mesmo um grande risco de passar todo o tempo em museus. Igrejas, a não ser que você queira assistir todas as missas, são visitas mais rápidas, e lojas… bom, conhecer os hábitos de compra de uma civilização é crucial para entender sua cultura. Brincadeirinha :-)

Visitar um bom museu demanda horas de investimento, então, se vou passar apenas poucos dias numa cidade, tento limitar o número de museus que vou conhecer para poder ter tempo de conhecer as outras atrações e a própria cidade. 

Nem sempre a escolha é fácil. Paris, por exemplo, tem vários museus fantásticos e decidir por um só é uma tarefa ingrata. No entanto, se você tem poucos dias e tiver que escolher, eu sugiro fortemente o Louvre.

O Museu do Louvre é um “must go”. Além de ser um dos principais museus do mundo, abrigando uma vasta coleção de pinturas, objetos da antigüidade, mobílias, jóias, instrumentos científicos e armas, o museu faz parte da história da França. Seu prédio clássico e a famosa e controversa pirâmide de vidro, são símbolos de Paris e da França. 


O Louvre foi construído em 1190, mas transformado em museu apenas em 1793. Antes disso, era o Palácio do Louvre, residência de vários reis e imperadores da França, mudando de função apenas quando o rei Luis XIV terminou a construção do Palácio de Versalhes, em 1678, e decidiu se mudar para lá.

A pirâmide de vidro foi construída em 1989 pelo arquiteto I.M. Pei, no governo do François Miterrand. Situada no centro da praça do museu, na Cour Napoleão, é a principal entrada do museu.



O projeto da pirâmide foi controverso e gerou muita discussão.

A turma do contra dizia que o projeto era muito futurista e não combinava com a arquitetura clássica do museu. A turma a favor considerava que o contraste entre os dois monumentos era fantástico, uma representação perfeita do passado e futuro.

Os protestos não ganharam nada além de muitas páginas de jornal, e hoje a pirâmide é considerada mais um dos maiores símbolos de Paris.

Apesar de sempre falarmos “da pirâmide”, no singular, são na verdade cinco pirâmides: a maior e central, duas menores na lateral, uma média atrás da pirâmede central, e uma pirâmede invertida, no interior do pátio central.


A pirâmede voltou a ganhar atenção no best seller Código Da Vinci. A pirâmede invertida desempenha papel importante na trama do livro, trazendo conclusões importantes para Robert Langdon, um dos personagens principais do livro. 

Dan Brown também diz no livro que a pirâmede possui 666 placas de vidro, número da “besta” no livro do Apocalipse. O site oficial do museu (www.louvre.fr) diz que esse número foi inventado durante os protestos contra a construção da pirâmede, mas que o número total é de 673.

Com mais de 15.000 visitantes por dia, é o museu mais visitado do mundo, mas o livro do Dan Brown conseguiu trazer ainda mais atenção para cá e o próprio museu sugere um roteiro de visitação baseado no Código da Vinci.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Roteiros a pé por Paris – Parte I

Avenue des Champs Élysées e Avenue Montaigne

Você já ouviu dizer que Paris é uma cidade feita para se conhecer a pé? Então... nem adianta ter esperanças, porque eu não vou desmentir isso.

Pode-se ir de metrô ou táxi de um canto a outro, mas para conhecer alguns lugares e aproveitar essa encantadora cidade, não tem jeito, tem que andar mesmo!

O percurso que vou descrever aqui cobre as duas avenidas mais chiques de Paris, e completa um total de 3,1 km.
 

A Champs Élysées é a principal e mais famosa avenida de Paris, e vai da Place Charles de Gaule, onde fica o Arco do Triunfo, até a Place de La Concorde, com aproximadamente 2 km de extensão.

Vamos começar o trajeto pelo Arco do Triunfo, que eu já descrevi no post Paris: um espetáculo!


A Champs Élysées foi finalizada em 1667, durante o reinado de Louis XVI. Projetada para ser uma extensão do Jardin de Tuileries, foi bem depois, entre 1852 e 1870, que a avenida ganhou seu formato atual.

O então prefeito de Paris, Georges-Eugène Haussmann, decidiu renovar e modernizar a cidade, e uma das medidas adotadas foi ampliar e arborizar as principais avenidas, incluindo certamente a Champs Élysées.
Nessa parte próxima ao arco, a avenida é repleta de cafés, restaurantes, cinemas, livrarias e as mais importantes e luxuosas lojas. 
A primeira loja que se destaca é a Louis Vuitton, mas andando um pouco mais encontramos várias: Montblanc, Nespresso, Hugo Boss, Automóveis Peugeot, Omega.



Se quiser aproveitar a oportunidade de gastar, lembre que estrangeiros podem receber o imposto pago nas mercadorias compradas, antes de sair do país. Para ter esse direito, peça o formulário de “tax refund” na loja que comprar a mercadoria e entregue no aeroporto da Europa no dia em que for voltar para o Brasil num posto de do “tax refund”.

Você pode escolher receber à vista, em dinheiro na hora, ou como crédito no cartão de crédito. Normalmente paga menos na opção à vista em dinheiro, mas eu sempre escolho essa, pois ansiosa como sou não sei esperar nada, muito menos dinheiro.
Após essa pequena caminhada, faça uma parada estratégica na patisserie Ladurée para reabastecer as energias comendo deliciosos macarons (leia o post Onde comer em Paris). Compre vários, um de cada cor.


Entre na Fnac e pela Virgin Megastore, duas cadeias francesas de livros, vídeos e eletrônicos.

Depois você vai passar em frente à Lido, famosa casa de espetáculos onde há shows de dança, alguns mais família, alguns nem tanto. Totalmente preconceito da minha parte, mas nunca fui por achar turístico “demais”. Algumas amigas foram e gostaram bastante.

Um pouco à frente, fica a Sephora, cadeia francesa de cosméticos. A loja da Champs Élysées é de enlouquecer qualquer mulher com queda para maquiagem (ou seja, a grande maioria das mulheres). A loja é muito grande, com um número sem fim de marcas, cores e tipos.

foto: Wikipedia
Chegamos no Rond Point de Champs Élysées Marcel Dassault. A visão dos jardins no Rond Point é impressionante, realmente os parisienses sabem cuidar dos seus jardins.

minha sogrinha encantada com as flores do Rond Point
No rond point, a primeira saída à direita de quem vem do Arco do Triunfo é a Avenue Montaigne, que é ainda mais chique e exclusivista que a própria Champs Élysées.

Não sei se por desconhecimento ou se porque a avenida intimida os turistas comuns com uma concentração maior de lojas caras e luxuosas, aqui nós não vemos a mesma quantidade de pessoas que vemos na Champs Élysées.

A avenida é curta, da Champs Elysées até o Rio Sena, mas a cada passo passamos na frente de lojas como Dior, Chanel, Fendi, Valentino, Ralph Lauren, Louis Vuitton, Celine, Chloé, Christian Lacroix e belas joalherias como a Bulgari e Henry Winston.




No meio de tantas lojas, está o suntuoso hotel Plaza Athénée, favorito entre milionários, estrelas de cinema e chefes de estado. O hotel tem um restaurante coordenado pelo famoso chef Alain Ducasse, e está na minha lista de restaurantes a conferir. Um dia...


De volta ao Rond Point, e seguindo mais um pouco na Champs Élysées, vemos do lado esquerdo o Palais de l’Élysée, que é a residência do presidente da República.

Logo mais, a direita, passamos pelos bonitos prédios do Grand e Petit Palais.

O Grand Palais é um misto de museu e lugar de exposição. Sua construção começou em 1897, para a Exposição Universal de 1900 (feira mundial que aconteceu em Paris, em comemoração às invenções do século anterior).
Aqui são organizadas grandes exposições temporárias, que atraem multidões, como o Salão do Automóvel e os desfiles da Chanel.


O Petit Palais também foi construído para a Exposição Universal de 1900, e hoje abriga o Museu de Belas Artes de Paris.


Continuando nosso trajeto, chegamos na Place de la Concorde, uma das maiores praças de Paris, e que separa a avenida Champs Élysées do Jardin de Tuileries.

Construída durante o reinado de Luis XV, em sua homenagem foi inicialmente nomeada Place Louis XV, recebendo também uma estátua eqüestre do rei.

Durante a Revolução Francesa de 1789, a estátua foi destruída e uma guilhotina foi colocada em seu lugar. Foi aqui que o rei Luis XVI, a rainha Maria Antonieta e vários outros membros da realeza foram decapitados.

Com o fim da revolução, seu nome foi mudado para Place de La Concorde para simbolizar o início de um período de paz.

No centro da praça, cercado por duas belas fontes, está o Obelisco de Luxor com 23 metros de altura. O Obelisco, que ficava no túmulo de Ramsés III, foi presente do vice-rei do Egito à França em 1829.



foto: Wikipedia
A praça tem um formato octagonal, e em cada uma das suas pontas se encontra uma estátua represetando as maiores cidades francesas: Lille, Strasbourg, Lyon, Marseille, Bordeaux, Nantes, Brest and Rouen.