segunda-feira, 30 de abril de 2012

A Capela Sistina vista em detalhes – Museu do Vaticano

Visão da Capela
A mais famosa e conhecida ala do Museu do Vaticano, provoca uma corrida de turistas semelhante a que vemos no Louvre atrás do famoso quadro da Monalisa. Basta seguir a horda de turistas apressados para encontrá-la.

No entanto, assim como a Monalisa, a Capela Sistina merece um pouco mais de dedicação. Na verdade muito mais, pois reúne numa única sala as maiores obras-primas do período renascentista.

Seu nome é uma homenagem ao Papa Sisto IV, que ordenou, por volta de 1475, a reforma da antiga capela existente.

O Papa então convocou alguns dos melhores pintores da época para pintar os afrescos na parede: Perugino, Botticelli, Ghirlandaio, Rosselli e Signorelli, entre os anos de 1481 e 1483.

Para a finalização das obras teve a participação magistral de Michelangelo, em duas fases distintas. A primeira, de 1508 a 1512, quanto pintou o extraordinário afresco no teto da capela. E a segunda, de 1534 a 1541, quando pintou o Juízo Final, no altar frontal.

As duas obras de Michelangelo são tão espetaculares que ofuscam os demais afrescos nas paredes e a maioria dos turistas nem nota que ali estão os melhores trabalhos do Renascentismo italiano. Destaque para:
O Castigo dos Rebeldes - Botticelli
A Tentação de Cristo - Botticelli
A Convocação dos Apóstolos - Ghirlandaio
A Santa Ceia - Rosselli
O Teto

Depois da morte de Sisto IV, o Papa Julio II encomendou que a pintura do teto fosse realizada por Michelangelo. A obra completa foi realizada entre 1508 e 1512.

Decidiu dividir o teto em vários painéis, através da pintura de colunas e arcos, e contar a história da bíblia como numa sequência de quadros.

Na parte central, criou 9 grandes painéis para representar o Livro dos Gêneses, desenhando em ordem cronológica a criação do mundo, a expulsão do homem do paraíso e o dilúvio enfrentado por Noé.


A Criação do Sol e da Lua
A Criação de Adão
O Pecado Original
Esse painel está cercado por 8 painéis triangulares que contêm os ancestrais de Cristo, intercalados por 12 painéis retangulares com profetas e sílfides.

Nos quadros cantos do teto, Michelangelo pintou cenas do Antigo Testamento, como Moisés e a Serpente de Ouro e David e Golias.

Foi um trabalho exaustivo. Michelangelo era extremamente exigente com ele mesmo e com os outros, e trabalhou sozinho durante os quatro anos que levou para terminar a obra, pois não conseguia achar nenhum assistente que atendesse seu nível de perfeição.

Além disso, o trabalho demandava um grande esforço físico e posições nada confortáveis que o artista se sujeitava para concluir as pinturas com satisfação. Algumas vezes o artista trabalhava deitado em andaimes, mas em muitas ficava em pé olhando para o teto, o que lhe causava dores no pescoço e na coluna.

Também teve problemas com o Papa Julio II, que não efetuava os pagamentos devidos no tempo acordado.

Aliás, Michelangelo não queria inicialmente aceitar esse trabalho. Não se dava bem com o Papa Julio II por já ter enfrentado dificuldade em receber o pagamento devido em trabalhos anteriores. Também se julgava um escultor e não um pintor, e considerava a pintura uma arte secundária.

Apesar da sua resistência inicial, dedicou-se ao trabalho com sua habitual compulsão pela perfeição, concluindo assim uma das suas maiores e mais reconhecidas obras-primas.

O Juízo Final

Quando Michelangelo terminou de pintar o teto da Capela Sistina, ele deixou Roma e se mudou para Florença, onde executou vários trabalhos para a família Medici.

Retornou para Roma em 1534, a pedido do Papa Clementino VII, que fazia questão de ter Michelangelo como autor da a pintura do Juízo Final, na painel central da Capela Sistina.


Considerado como outra obra-prima do mestre, O Juízo Final foi pintado como uma imensa cena com centenas de figuras em torno de Jesus Cristo. Ao lado de Jesus, está a Virgem Maria.

Jesus e a Virgem Maria
Cristo é representado como uma figura musculosa e de expressão dura, condenando sem piedade muitos dos mortos ao inferno.

Está cercado por vários santos e, entre eles, destaca-se a figura de São Bartolomeu, logo abaixo e a direita de Cristo. Acredita-se que São Bartolomeu foi esfolado vivo, e é representado segurando a própria pele. Muitos vêm um auto-retrato do pintor na pele que São Bartolomeu segura.

São Bartolomeu
Na parte inferior esquerda, os mortos estão levantando das suas tumbas, acordados pelo som das 7 trompetas tocadas pelos anjos.

Na parte inferior direita, Caronte, o barqueiro da mitologia grega que fazia a travessia entre o mundo dos vivos e dos mortos, expulsa as pessoas de sua barca para despejá-las no inferno.

Durante o Concílio de Trento, realizado de 1545 a 1563, formado pela Igreja Católica para enfrentar a Reforma Protestante, Michelangelo foi acusado de quebra de decoro devido à quantidade de nus, principalmente masculinos, contidos no Juízo Final. Alguns pintores foram então convocados para cobrir as partes consideradas indecorosas.

Apenas durante uma grande restauração ocorrida entre 1980 e 1994, a pintura voltou ao seu original. 

5 comentários:

  1. Estive lá ontem Dri, muito emocionante!! Ah e a festa de Sant Jordi em Barcelona foi o maximo , realmente as rias ficam cheias de bancas de rosas e livros !! Pessoas alegres nas ruas e muito devotas !! Bjsss

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  2. Pat,

    Você está em Roma! Que delícia!!! Essa cidade é apaixonante, não é?

    Você não quer escrever um post sobre a festa de Sant Jordi, não? Eu ia adorar...

    beijos e aproveita a viagem (eu vou aqui viajando junto).

    Dri

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    1. Oi Dri , agora ja estoumem Paris kkkk e quarta sigo para Londres . Segunda volto para Espanha, me apaixonei pela Espanha, bem por Barcelona mas segunda começamos por Madri e seguimos para Barcelona nova,nete parando em Valencia.
      Adorarria escrever , mas pode ser quando voltar ao Rio ??? Anotei muitas coisas na viagem , estou com um caderninho quase lotado . Organizo tudp e te mando o post sobre a festa. Foi otima chegar la numa data tao especial pra eles !! Se nao me engano em setembro eles tem putra festa religiosa super importante, ta tudo no meu caderninho. Te conto detalhes assim que chegar!!!
      Bjsss querida e obrigada pelas dicas sempre !!!

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    2. Oi Pat,
      Eu tambem amei a Espanha! Muito mais do que achei que ia gostar. E sai sem saber se gostei mais de Madri ou de Barcelona. Sao diferentes, ambas lindas, Madrid mais cosmopolita, Barcelona mais descontraida.
      Diferentes, nao da para comparar...
      Mesmo ansiosa pelo post, vou torcer para o tempo passar bem devagar e vc curtir muito sua viagem!
      Bjs,
      Adriana

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