sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O melhor presente

Qual é o melhor presente que podemos dar para alguém?

Normalmente eu tento pensar na pessoa para escolher o que comprar, tento lembrar como ela é, como são as coisas que ela usa, se ela, e não eu, gostaria de ganhar aquele presente.

Afinal, o que é bom para mim não necessariamente é bom para a outra pessoa. E eu tenho mesmo um gosto esquisito para muitas coisas, bom não arriscar.

Só tem uma exceção nessa regra. Gosto tanto de viajar, acho que tem tanto lugar maravilhoso por esse mundão afora e acredito tão piamente que voltamos pessoas melhores,  que para mim esse é o melhor presente que posso dar para uma pessoa.

Foi pensando assim que alguns anos atrás dei um viagem para Fortaleza de presente para meus pais.

Meu pai é um amor de pessoa, o melhor pai do mundo, o melhor avô do universo, mas ele adora viver na conchinha dele. Não gosta de ir na casa dos outros, gosta de curtir o cantinho dele. E ele ficou bravo, bravo de verdade, falou que não iria, fez bico mesmo.

Minha mãe, que faz mais o gênero "qualquer paixão me diverte", adorou.

Ele nunca tinha andado de avião, minha mãe uma vez só, de São Paulo para Marília.

Bati o pé, falei que já tinha pagado - e já tinha mesmo - fiz um bico maior ainda. Sou caçula, mimada e craque em ficar de birra, ganhei fácil e eles foram.

A-do-ra-ram! Simplesmente isso. Meu pai teve que dar o braço a torcer. Tirou foto, comprou camiseta, amou andar de avião, amou as praias.

Depois disso já foram outras, algumas eu levei comigo outras eles mesmos se leveram. Natal, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina.

Há dois anos atrás cismei de levá-los para Paris.

Essa parada eu perdi para meu pai, pois não consegui convencê-lo de nenhuma forma a tirar o passaporte. Ele me fala que gosta mesmo é do Brasil, que se eu quiser levá-lo de novo para o Rio ou para o Guarujá, que ele ama, ele vai sem vacilar, mas para fora não. Como resistir? Ele não saia de casa! Vou ter de levá-lo para o Rio E para o Guarujá.

Já minha mãe abriu um sorriso de orelha a orelha, então mudei meus planos. Chamei minha sogra, e uma tia.

Fomos eu, meu marido e nossas três "pobres velhinhas", que de pobres velhinhas não tem nada.

O ano passado repeti o pacote, dessa vez para Roma, viagem que conto nos próximos posts.

Do alto dessa minha experiência, falo sem nenhuma sombra de dúvida: sempre que possível, dê viagem de presente!

4 comentários:

  1. bem legal! vamos ver se vc consegue convencer o "véio" a ir na próxima pro exterior!

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  2. Ta dificil rsrsrs, mas como sou brasileira nao desisto nunca!

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  3. Que legal Adriana, não tenho dúvida de que quando a gente dá um presente que a pessoa adora ficamos mais felizes do que o presenteado. Tira até um pouco a questão do altruísmo...(esta foi uma questão filosófica discutida por Joey e Phoebe em Friends....rsrs)

    Neste aspecto de gosto por viagens minha história é um pouco diferente da sua - foram meus pais que me deram este gosto. Não eram viagens de luxo nem nada, mas todo ano a gente ia nas férias de julho para algum lugar, fosse uma semana em Fortaleza, fosse uma viagem de carro até Ilhéus ou Gramado.
    Quando fiquei adulto, sofistiquei as viagens e acabei gastando simplesmente tudo o que ganhava em grandes viagens para a Europa (45 dias, 2 meses), culminando em deixar um bom emprego pós-programa de trainee para ficar 7 meses em Barcelona e gastar um carro...rsrs. Apesar de ser loucura do ponto de vista convencional, meus pais apoiaram por saber que esse tipo de coisa você tem que fazer na hora certa, senão a hora nunca volta.

    Voltando a eles, as condições financeiras infelizmente não permitiram que meus pais fizessem todas as viagens que gostariam de ter feito, mas minha irmã pôde vez ou outra pagar uma semana no Nordeste, assim como você fez.
    E com um planejamento bem feito, eles puderam em 2010 ir para Veneza de navio e montei 7 noites de uma viagem doida para que eles voltassem de avião de Paris. Foi a primeira vez de minha mãe na Europa (66 anos) e a segunda de meu pai (71).

    Assim que eles voltaram começamos a planejar outra viagem, que vai acontecer 31 meses depois desta que mencionei (pena que demora para juntar dinheiro....rsrs). Desta vez vou junto com minha esposa - é uma chance maravilhosa de passar um tempo maravilhoso com as pessoas que amo, fazendo aquilo que mais gosto. Vamos passar 14 dias nos arredores da Suiça (é o sonho da minha mãe, e ela quer ver o Federer..rsrs) e depois voltar de navio (meu pai encasquetou com esta idéia da travessia Atlântica:). E me contaminou um pouco - lembra do meu sonho de aposentadoria que mencionei em algum post? (se bem que isso também tem a ver com meu medo de avião...;)

    Abração,
    Daniel

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  4. Uau! Que viagem legal, Daniel!
    Cabe mais um? :)

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