domingo, 24 de julho de 2011

Museo Del Prado

Como já falei várias vezes nesse blog, sou especialmente apaixonada por pinturas. Já fui em alguns dos mais importantes museus na Europa, mas a maioria das pinturas espanholas eu conhecia somente pelos livros do meu pai.

Eu não tinha lido muito sobre o Prado, sabia apenas que era um grande museu, mas não sabia muito o que encontrar lá. Devo dizer que sai fascinada.

O Prado tem uma coleção muito grande, abrangendo várias pinturas espanholas, italianas, flamencas, como esperado de um grande museu.

No entanto, para minha surpresa, é muito mais do que isso. É um mergulho completo nas obras dos pintores espanhóis Velázquez e Goya, praticamente uma biografia completa.

Com a vantagem de possuir uma coleção muito grande dos dois pintores - são cerca de 50 quadros de Velázquez e 140 de Goya – nos possibilita avaliar o desenvolvimento e evolução dos estilos dos dois ao longo dos anos.

E claro que o museu tem várias outras obras fascinates. Destaco as coleções de Rubens, El Greco, Tintoretto e Ticiano. Que museu!

No mapa do Prado, distribuído 'gratuitamente' no museu após a compra do ingresso, traz uma relação das principais obras do museu a serem visitadas.

Sugiro, para quem não quer ou não pode, passar o dia todo no museu, escolher no mapa as obras que acha mais interessantes e curtir a sala toda em que a obra escolhida está. Dá para ficar tranquilamente o dia todo, mas dessa maneira consegue-se ver o que há de melhor em cerca de 2 ou 3 horas.
Como fiquei simplesmente obcecada por Velázquez e Goya, vou resumir abaixo um pouco de tudo no guia, no próprio museu e em diversos outros vários lugares durante minha vida toda.

Diego Velázquez (1599 – 1660)

Nascido na cidade de Sevilha, ao sul da Espanha, pintou os seus primeiros quadros com temas religiosos e da mitologia grega. Dessa fase, o principal quadro no Prado é “Adoração dos Reis Magos” (1619). 
Adoração dos Reis Magos
Em 1623 mudou-se para Madrid, como pintor da corte madrilena, especializando-se em retratos da família real. Principais obras dessa fase, também no Prado:
“O triunfo de Baco” (1628-1629)
“Felipe III a cavalo” (1628)
“Felipe IV” (1623-1628)
O Triunfo de Baco
Em 1929, ficou amigo do pintor Rubens e com ele fez uma viagem à Itália. Teve contato com outros pintores da época como Ticiano, Tintoretto e Veronese, se impressionou com o uso das cores.

Voltou então para Madrid e deu início a fase mais produtiva da sua carreira. Destaca-se nessa fase retratos que captam olhares e sentimentos dos retratados, e também retratos de anões e bobos da corte. Principais obras:
“A Rendição de Breda” (1634)
“Príncipe Baltasar Carlos” (1635-1636)
“El bufón Barbarroja, don Cristóbal de Castañeda y Pernía” (1636)
A Rendição de Breda
Em 1949, faz uma nova visita a Itália, Na volta para Madrid, começa uma fase mais madura, até diminuindo o ritmo frenético imposto na fase anterior.
“D. Mariana” (1652-1653)
“As Meninas” (1656) – este quadro é considerado sua obra-prima.
“As fiandeiras” (1657)
As fiandeiras

As Meninas
Francisco de Goya (1746 – 1828)

Entre os dois pintores espanhóis, Velazquez possui quadros mais bonitos, mas Goya é o que mais me marca.

Goya é intenso em quase todas as suas pinturas, com exceção apenas às feitas no início da sua carreira e as com caráter mais comercial.

Tinha uma adoração por mulheres, e as pintava com uma dedicação e delicadeza absurda.

A leiteira de Bordeau
Dois de seus quadros mais famosos, A Maja Nua e A Maja Vestida, foram apreendidas pela Inquisição Espanholas por serem consideradas obscenas, sendo devolvidas apenas alguns anos depois.

A maja nua

A maja vestida
Goya enfrentou uma doença muito grave e desconhecida na época, que quase o deixou paralítico, cego e surdo. Acredita-se que depois da doença, tenha ficado mais amargo e bem mais crítico com as injustiças da vida.

É a partir daí que vem sua fase mais perturbadora.
Goya pintou uma série de quadros de guerra, representando os sofrimentos causados por elas. Retrata a morte, dor, sem destaque para heróis ou vencedores.
3 de março
Nos seus últimos anos de vida, Goya pintou uma série de 14 pinturas que ficaram conhecidas como as "pinturas negras". São quadros de tonalidade escura, profundamente intensos e perturbadores. Goya pinta cenas chocantes de lutas e confrontos, e também cenas cotidinas e até religiosas, mas com um visão muito mais negativa e crítica.

Dessa série, o quadro mais famoso é “Saturno devorando um filho”, mas toda a obra é de arrepiar.
Dois velhos comendo
Saturno comendo um filho

6 comentários:

  1. O Prado é realmente um dos museus emblemáticos da Europa.
    Sobre a obra de Velasquez, você conhece a versão de As Meninas feita por Picasso? Dá uma procurada no Google - é bem legal ver a comparação dos detalhes.
    Abraço,
    Daniel

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  2. Daniel!
    Vou ter de adiantar uma confissão que só faria quando falasse do Reigna Sofia... Eu não sou muito ligada no Picasso.
    Incentivada pelo seu comentário fui lá no google, pesquisar.
    Uau!!! Me surpreendeu!!! Fiquei uma boa hora lendo e vendo quadros de Picasso. Ele pintou uma série sobre As Meninas! E versões de vários outros quadros também. Impressionante!!! Estou até pensando em dedicar um post sobre esse tópico.
    Valeu demais pela dica!
    Abraços,
    Adriana

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  3. Oi Adriana! É verdade, As Meninas do Picasso são surpreendentes, adoro! Muitas vezes, quando estou só de passagem por Madrid indo de lá para cá, entro no Goya para ver as obras negras do Goya OU O Jardim das Delícias, do Bosch OU As meninas do Velazquez. É para ficar um tempão vendo só esses quadros. Adoro!!! Não perca o Reina Sofía: quando vi o Guernica eu sentei e chorei. Agora tiraram o banco de lá. Ah, lógico, e o Thyssen Bornemizsa (aliás, escrevi um post sobre ele).... um dos melhores museus que já vi. Beijão

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  4. Lucy,
    Apesar de ter lido o seu excelente post, não fui no Thyssen... A crueldade de ter de fazer escolhar por não ter dias de férias suficientes para tudo!
    Fica para um retorno a Madrid.
    bjs,
    Adri

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  5. Oi Adriana, legal que você curtiu o quadro. Realmente é uma série - faz tanto tempo que a vi em Barcelona quem nem lembrava (que é uma série)..rsrs
    Abraço,
    Daniel

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  6. Oi Daniel,
    Gostei mesmo (e estou revendo meus conceitos sobre Picasso rsrsrsrs). Outras dicas são super bem vindas.
    Abraços,
    Adriana

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