domingo, 23 de outubro de 2011

Carcassonne


A história dos cátaros e sua perseguição pela Cruzada conduzida pela Igreja Católica foi o que primeiro me chamou a atenção para Carcassonne.

Pesquisando um pouco mais, descobri que a cidade e sua fortaleza foram totalmente reconstruídas, sendo hoje a cidade medieval mais bem conservada da França e também patrimônio histórico da humanidade, tombada pela Unesco.

Sabia que estava platonicamente apaixonada por Carcassonne e estava com muito receio de me decepcionar. Tinha medo de encontrar uma cidade profundamente turística e não conseguir me conectar com sua história. De não conseguir andar pelas suas ruas e pensar nas pessoas que viveram ali e que sofreram muito pela defesa de seus ideais e de suas crenças.

Assim que avistei a cidade, vi que era impossível se decepcionar. A cidade atrai uma imensidão de turistas, é verdade, mas a visita ao Castelo é suficiente para te levar numa viagem no tempo.



Na entrada do Castelo, é passado um vídeo que conta a história de Carcassonne. Assista, vale a pena.

Quando saímos do castelo, percorremos todo o contorno da fortaleza. Caminhando por aqui, quase não encontramos turistas. Subindo em torres de guarda, entrando em rampas e passagens ou caminhando pelo gramado, mais uma vez somos remetidos ao passado.


A cidade em si é repleta de ruas estreitas e lojas totalmente destinadas ao turismo. Certamente não gostaria de ver lojinhas de sabonetes, sorvetes, crepes, artesato, louças, postais e miniaturas de cavaleiros medievais, mas é o preço que se pagamos para que Carcassonne continue sendo tão bem cuidada.

Como tínhamos decidido dormir em Carcassonne, apenas porque viajaríamos depois para Barcelona e não queria fazer essa viagem, de cerca 300 km, a noite e cansados.

Fomos para o hotel, tomar um banho e descansar um pouco antes de jantarmos. Nosso hotel não ficava dentro da Citè, mas praticamente na frente do portão principal de entrada.

Ao sairmos do hotel para jantarmos, uma bela surpresa. A cidade ganha uma iluminação discreta e encantadora, deixando-a mais fascinante ainda. Além disso, grande parte dos turistas vai embora no final da tarde, e as ruelas ficavam quase vazias.




Outra bela surpresa é que Carcassonne é servida de excelentes restaurantes. Tivemos uma refeição
maravilhosa, acompanhados de um belo vinho.

Um pouco de história

Os primeiros vestígios de colonização celta em Carcassonne datam de 3500 a.C.. Praticamente 3.000 anos após sua colonização pelos celtas, os romanos invadem a região e constroem a primeira fortificação na colina onde se encontra hoje Carcassonne. A cidade enfrenta então ataques dos visigodos e sarracenos.

Em 1067, Carcassonne é oferecida como dote de casamento a Raimond Trencavel, visconde de Albi e de Nîmes. Nos séculos seguintes a família Trencavel constroem o Château Comtal. Trencavel, apesar de não se considerar cátaro, era tolerante com a sua fé e se recusava a persegui-los.

Sua atitude irritou profundamente a Igreja Católica. Quando a cidade é invadida pelo exército de Simon de Montfort, em Agosto de 1209, Trencavel é preso no seu próprio castelo, morrendo logo depois.

A cidade fica sob o domínio de Montfort, que acrescenta mais uma fortificação ao seu redor. Carcassonne se torna uma importante cidade na fronteira da França e do Reino de Aragão, na Espanha.

Em 1659, o Tratado dos Pirineus transfere a província de Roussillon para a França, e Carcassone perde sua posição fronteiriça e sua importância econômica e militar é significativamente reduzida.

A cidade sofre tanto com a ação do tempo e do abandono, que em 1849 o governo francês decide que ela deveria ser demolida.

A decisão causa muita revolta, e o governo volta atrás, contratando o arquiteto Eugène Viollet-de-Duc para reconstruí-la.

A reforma começa em 1853 e prossegue até a morte de Viollet-de-Duc em 1879, sendo retomado por um de seus alunos.

Em 1997, as fortificações de Carcassonne obtém o estatuto de patrimônio mundial da UNESCO.

4 comentários:

  1. Essa cidade é mesmo encantadora.

    Acho que por não ter uma atração principal (pelo menos eu não estava atrás de uma) os turistas se espalham pelas ruelas e a sensação de lotação fica menor.

    Mesmo as lojinhas, quando estão nas ruazinhas escondidas, parecem se integrar bem à paisagem (tem uns sabonetinhos nas minhas gavetas que já devem ter até se reproduzido...)

    Ótimo post, como sempre.

    Abraço,
    Daniel

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  2. Oi Daniel,
    Acho que você tem razão, os turistas se espalham pela cidade. Que legal você tem ido para lá também!
    Abraços,
    Adriana

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  3. Carcassonne é um sonho, tipo de cidade perfeita... como Óbidos em Portugal e Ronda na Espanha! :-)

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  4. Oi Silvia,
    Carcassonne é um sonho mesmo, não é? Não conhece Óbidos e Ronda, mas já estão devidamente anotadas como objetos de desejo!
    Abraços,
    Adriana

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