Logo no primeiro dia em Berlin, pedimos algumas dicas de restaurantes para o concierge do hotel.
Ele nos indicou três restaurantes, todos próximos do hotel, na Potsdamer Platz.
Como contei no primeiro post sobre Berlin, demos uma volta antes de jantar. Fomos até o Portão de Bradenburgo, demoramos um pouco e quando decidimos comer já estava um pouco tarde. E, muito importante, teria jogo da copa e meu marido queria assistir.
Isso tudo para explicar que entramos no primeiro dos três restaurantes apenas usando o critério “qual encontrarmos primeiro”.
E para nossa sorte foi o restaurante Moreno Carusi.
Quando chegamos, o restaurante estava bem vazio, mas ao pedirmos uma mesa a menina que nos atendeu perguntou se tínhamos reserva. Claro que não tínhamos, mas fizemos uma cara de cachorro faminto tão sentida que nem precisamos implorar e ela nos arrumou uma mesa. Em pouco tempo o restaurante foi lotando.
Pedimos uma massa com trufas negras que estava simplesmente suprema, extraordinária, perfeita. De comer de olhos fechados e de joelhos, agradecendo a existência de cada macarrãozinho naquele prato.
Voltamos para o hotel simplesmente encantados.
No segundo dia em Berlin, tentamos um outro restaurante. Era bom, mas...
Ja fui muito criticada pelo que vou contar agora, então sai quase como uma confissão. Voltamos nesse restaurante nos outros dois dias que ficamos em Berlin. Na segunda vez, ainda tentei pedir um prato diferente, mas na terceira vez não quis arriscar nem o prato.
Sim, sim, eu sei que é um absurdo. Tantos restaurantes para conhecer... Acredite que já ouvi isso um milhão de vezes e, tenho que confessar de novo, não estou nem aí. Assim como não estou nem aí para as críticas que recebo por voltar na mesma cidade mais de uma vez, ou por assistir um filme ou ler um livro duas, três, infinitas vezes.
Para mim é um prazer reencontrar alguma coisa que eu gostei tanto, ter a oportunidade de conhecer um lugar com mais calma, repetir apenas o que eu gostei mais, prestar atenção num detalhe que não vi da primeira vez.
No segundo dia, a garçonete que nos atendeu da primeira nos reconheceu. Nesse dia, o chef também saiu para cumprimentar alguns amigos e foi ele quem “inventou” uma mesa para nos receber (porque estava cheio de novo e estávamos sem reserva de novo). No terceiro vez, já éramos amigos de todo mundo.
Nesse dia, uma sexta-feira quente, as mesas estavam todas na calçada, deixando o ambiente mais agradável ainda.
Comemos nossa deliciosa massa com trufas, bebemos vinho, conversamos com dois americanos que estavam na mesa ao lado, papo super agradável.
Quando fomos embora, o chef estava de novo conversando com alguns amigos e nos cumprimentou e foi conversar com a gente. Contamos que éramos brasileiros, que íamos embora no dia seguinte, e o Gustavo perguntou se era muito difícil fazer a massa com trufas.
Ele nos respondeu um “vem comigo”, nos levando para a cozinha do restaurante. Começou a fazer a massa, mostrando os ingredientes e nos ensinando detalhadamente cada passo. Respondeu pacientemente todas as minhas perguntas e, no final, pediu para um funcionário separar um pacote do mesmo tipo do macarrão que ele usava, um vidro de azeite trufado novinho e uma trufa.
E nos deu tudo, dizendo que no Brasil seria mais difícil encontrarmos todos os ingredientes da marca que ele usava, e que seria quase impossível encontrarmos a trufa.
Sem palavras!!!
p.s.1 o endereço:
Moreno Carusi Ristorante
Leipziger Platz 15, 10117
Berlin, Alemanha
p.s. 2 Como fazer a massa?
Super simples, já testei em casa várias vezes e ficou deliciosa (quase tão boa quando a do Carusi!). Pena que acabou minha trufinha.
Encontrei a mesma marca de macarrão no Empório Santa Maria, em São Paulo, onde também é possível encontrar vários tipos de azeite trufado. O azeite é mega caro, mas o difícil mesmo são as trufas...
Fettuccine al tartufo nero
Ingredientes
- 500g de fettuccine al’uovo 303 “De Cecco” (7 minutos de cozimento)
- 1 tablete de caldo de carne (na verdade, ele usou um tempero de uma lata super grande, mas concluímos que o mais próximo que eu poderia achar no Brasil era nosso conhecido caldo de carne)
- manteiga
- azeite com trufas brancas “Elle Esse”
- trufas negras
Como fazer
- Ferver água com o caldo de carne, em quantidade suficiente para cozinhar o macarrão. Cozinhar até ficar “al dente”.
- Escorrer o macarrão e, numa frigideira grande, derreter a manteiga em fogo baixo. Colocar o macarrão escorrido, mexendo bem para que a manteiga espalhe no macarrão por igual. Acrescentar o azeite trufado, mexendo mais um pouco. Tirar do fogo e raspar a trufa sobre o macarrão, mexendo levemente.
- Está pronto, fácil assim.
Adri, adorei a história do macarrão com trufas negras, comendo de joelhos e agradecendo... Fantástico seu texto! Beijos, Lu
ResponderExcluirItaliano é exagerado, né?
ResponderExcluirAinda mais com comida rsrsrs... mas olha, era bom MESMO!
bjs,
Dri